A meditação é normalmente associada às religiões orientais. Há dados históricos comprovando que ela é tão antiga quanto a humanidade. Não sendo exatamente originária de um povo ou região, desenvolveu-se em várias culturas diferentes e recebeu vários nomes. Floresceu no Egito (o mais antigo relato), Índia, entre o povo Maia, etc. Apesar da associação que normalmente se faz com a espiritualidade, a meditação pode também ser praticada como um instrumento para o desenvolvimento pessoal num contexto não religioso.
A palavra meditação vem do latim, meditare, que significa voltar-se para o centro no sentido de desligar-se do mundo exterior e voltar a atenção para dentro de si.
A meditação costuma ser definida das seguintes maneiras:
- um estado que é vivenciado quando a mente se torna vazia e sem pensamentos;
- prática de focar a mente num único objeto (por exemplo: uma estátua religiosa, a própria respiração, um mantra);
- uma abertura mental para o divino, invocando a orientação de um poder mais alto;
- análise racional de ensinamentos religiosos (como a impermanência, para os Budistas)
É fácil observar-se que as nossas mentes se encontram continuamente a pensar no passado (memórias) e no futuro (expectativas). Com a devida atenção, é possível diminuir a velocidade dos pensamentos, para se observar um silêncio mental. Através da meditação, é possível separar os pensamentos da parte da nossa consciência que realiza a perceção.
É possível obter total descanso numa posição sentada e por conseguinte atingir maior profundidade na meditação.
Uma posição possível é a posição de lótus completo, o pé esquerdo apoiado sobre a coxa direita e o pé direito apoiado sobre a coxa esquerda.
Outros podem sentar em meio lótus, o pé esquerdo apoiado sobre a coxa direita ou o pé direito sobre a coxa esquerda. Há pessoas que não conseguem sentar em nenhuma dessas posições e por isso optam pela maneira japonesa, ou seja, com os joelhos dobrados e o tronco apoiado sobre ambas as pernas. Pondo alguma espécie de acolchoado sob os pés, a pessoa pode facilmente permanecer nessa posição por uma hora ou hora e meia.
Podem ainda optar pela posição de zhan zhuang (postura da árvore)
Para as posturas de lótus completo e meio lótus convém sentar-se sobre uma almofada, para que os dois joelhos se apoiem contra o chão. Os três pontos de apoio dessa posição proporcionam uma grande estabilidade.
A POSIÇÃO DE LÓTUS
Esta prática é um excelente remédio para aliviar o stress.
Mantenha as costas eretas. Isso é muito importante.
O pescoço e a cabeça devem ficar em alinhamento com a coluna.
A postura deve ser reta mas não rígida.
Mantenha os olhos semi-abertos, focalizados a uns dois metros à sua frente.
Mantenha leve sorriso.
Comece a seguir a respiração e a relaxar todos os músculos.
Concentre-se em manter a coluna ereta e em seguir a respiração.
Abandone-se inteiramente.
Se quiser relaxar os músculos do rosto, contraídos pelas preocupações, medo e tristeza, deixe um leve sorriso aflorar na sua face. Quando o leve sorriso surge, todos os músculos faciais começam a relaxar. Quanto mais tempo o leve sorriso for mantido, melhor.
À altura do ventre, pouse a mão esquerda com a palma voltada para cima sobre a palma da mão direita.
Solte todos os músculos dos dedos, braços e pernas.
Solte-se como as plantas aquáticas que flutuam na corrente, enquanto sob a superfície das águas o leito do rio permanece imóvel.
Não se prenda a nada a não ser à respiração e ao leve sorriso.
Durante esse tempo você tem que ser capaz de obter descanso total.
A técnica para tal obtenção reside em duas coisas:
observar e soltar, observar a respiração e soltar tudo o mais. Solte cada músculo de seu corpo.
Após uns quinze minutos, uma serenidade profunda poderá ser alcançada, enchendo-o interiormente de paz e contentamento. Mantenha-se nessa quietude.
Não há um tempo mínimo pré-estabelecido. Pode-se iniciar com um período de poucos minutos e, conforme se aperfeiçoa, esse tempo pode aumentar até para horas. O mais importante é a frequência da prática, preferencialmente diária.
POSTURA DA ÁRVORE
(zhan zhuang)
A “postura da árvore” consiste em permanecermos numa postura meditativa em pé, com os braços abertos em forma circular (como num abraço), com as mãos voltadas para dentro diante do tronco, com as pernas relaxadas e joelhos se possível semiflexionados, como se estivéssemos a abraçar uma árvore.
É uma posição poderosa, pois direciona a energia pelo corpo mantendo uma relação importante entre o céu, a terra e o homem.
Há diferenças de posicionamento dependendo do estilo praticado.
- Um dos modos é o contacto dos dedos das mãos enquanto permanecemos na postura.
- no outro, os braços estão mais abertos e sem contacto dos dedos, mantendo uma distância razoável entre as mãos.
A meditação pode ser praticada por diversos motivos, de simples relaxamento até à busca pelo Nirvana. A prática da meditação melhora a concentração, a consciência e a autodisciplina.
Existem métodos que vêm conquistando grande aceitação no ocidente, como a meditação feita em pé conhecida como "Postura da Árvore", "Abraçar a Árvore" ou "Chi Kung da Árvore". Devido à sua simplicidade e eficiência é muito praticada na China e Europa. É facilmente executada por pessoas com pouca flexibilidade e dificuldades nos joelhos e coluna, melhorando inclusive a postura. Facilmente praticada em qualquer local é um excelente método procurado por muitos praticantes.
A divulgação das práticas de meditação no mundo contemporâneo recebeu uma grande contribuição das técnicas milenares preservadas pelas diversas culturas tradicionais do oriente.
Nas filosofias religiosas do oriente e nas artes marciais, a meditação é vista como um estado que ultrapassa o intelecto, onde a mente é posta em silêncio para dar lugar à contemplação espiritual.
Texto adaptado dos links: