24.12.2010 Por Ana Gerschenfeld, em Jerusalém
É fascinante mergulhar nos textos antigos, escritos em hebraico, aramaico, grego, à procura das origens históricas do maior bestseller de sempre: a Bíblia. É esse o trabalho de toda uma vida deste dominicano português.
Francolino Gonçalves nasceu em 1943 em Corujas, Trás-os-Montes, e está há 41 anos em Jerusalém Oriental. Vive, trabalha e ensina na Escola Bíblica e Arqueológica Francesa de Jerusalém, a uns passos da Porta de Damasco, onde as imponentes muralhas de velha cidade se abrem para o bairro muçulmano. Recebe-nos, nesta manhã de finais de Novembro ainda cálida e ensolarada, no refeitório daquela instituição religiosa. Serve-nos um chá e começa a falar. Como quem pensa em voz alta, vai desenrolando o seu percurso de historiador da Bíblia – e, principalmente, dos Livros dos Profetas.
Para ele, o Antigo Testamento é uma biblioteca no sentido estrito da palavra, que inclui uma enorme diversidade de textos. Seguindo as pistas linguísticas, históricas, teológicas que vai encontrando neste labirinto quase borgiano de significados, de interpretações e reinterpretações, de leituras e de releituras desses textos, cujos originais nunca ninguém viu, tenta desvendar como eles foram transmitidos ao longo dos séculos para chegarem até nós com a forma que hoje lhes conhecemos.
O que estuda no Antigo Testamento?
Eu estudei sobretudo a literatura profética. Quando aqui cheguei [em 1969], tinha um projecto muito preciso na minha cabeça. Na altura, a chave de leitura que se tinha da Bíblia em geral e do Antigo Testamento em particular, a palavra-chave da interpretação, era a Salvação. Mas o que é a Salvação? O que significa ser salvo? Quando a Bíblia fala de Salvação, é da salvação de quê, em relação a quê? Estas perguntas podem parecer óbvias para a maioria das pessoas, mas são fundamentais.
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Sugestão e pesquisa de Filipe L.